Caco de vidro

   
      Nesse instante, sou como aquele copo que quebrou-se hoje, nas minhas mãos. Sinto a morte parte por parte, a frustração presente em cada pedaço meu que cai sobre o solo e aquela tristeza rotineira que me abraça nas noites de domingo. Aquele peso que se deposita sobre o cérebro chama-se consciência, sensação que se tem quando fala-se o que não se deve. 
       Aquelas lágrimas posteriores chamam-se reconstituição das partículas que compõe o meu ser, enquanto o meu auto-controle jura nunca mais mencionar aquilo que disse sem pensar, aquelas coisas todas que vão para o baú de coisas velhas e aquelas porcarias todas que não devem desfilar sobre a minha língua, na sua frente, outra vez.  


Nenhum comentário:

Postar um comentário