Minha vida sempre fora boa, sem grandes emoções, mas com muitos sonhos. Sempre me dediquei ao trabalho, aos estudos, a carreira. Defendo as diferenças, me adapto às circunstâncias. Porém, dessa vez, confesso, está difícil.
Certo dia, aliás, naquele dia, fui apresentada ao meu novo chefe. Um homem aparentemente frio, robusto e bastante inseguro. Todos reclamavam dele, falavam pela suas costas e eu, somente eu, o tratava diferente. Eu batia de frente com ele, enfrentava ele mesmo sabendo que corria o risco de perder o emprego. Nós brigávamos, discutíamos, mas sempre nos respeitamos.
Ele demonstrava arrogância no olhar, fazia questão de manter estampado na testa o seu "ar" de superioridade e eu não suportava aquilo. Mas, apesar disso, eu sempre o admirei muito. Ele despertava a minha atenção, me fazia ter sonhos loucos todas as noites, me estimulava a me imaginar na orgia em pleno elevador, me fazia feliz, apesar de não saber.
Eu sabia que não era amor, não era paixão, não era nada, além de uma atração boba e meio adolescente, talvez. Mas era inevitável disfarçar e ele começou a perceber. Trocávamos olhares durante as reuniões, saíamos para beber, trocávamos uns beijos nas horas vagas. Nada além disso. Ele era solteiro e eu também e não tínhamos nada, além da companhia um do outro, nos momentos de vazio.
Era ótimo. Ríamos durante horas, brigávamos durante uns minutos e logo fazíamos as pazes. Mas as nossas personalidades nunca deixaram de ser opostas, contrárias e revoltas uma com a outra. Era domingo, combinamos de nos encontrar, sugeri um "pub". Fomos até lá, ouvimos boa música, conversamos e ele me falou sobre uma viagem que estava planejando fazer com uma mulher que ele havia conhecido. Pela primeira vez e imediatamente demonstrei ciúmes, dei um show de ironias. E claro, brigamos. Ele estava certo de que iria fazer essa viagem, me chamou de infantil, disse que o que aconteceu entre nós foi uma boa amizade.
O mundo caiu, mas ele estava certo. Nunca estabelecemos um compromisso, um acordo ou qualquer coisa que determinasse uma união, um namoro. Saí do local abatida, perdi o rumo, emagreci alguns quilos em uma semana. No dia da viagem, fui até o aeroporto. Me despedi, chorei e jurei nunca mais correr atrás dele, caso ele atravessasse aquela linha de embarque. Ele foi.
Já faz um mês que estamos distantes e tanta saudade sinto, daquele cara sensível e frio. Portanto, hoje resolvi tentar comunicação, há cinco minutos enviei um e-mail escrito "ne me quitte pas"... São quatro palavras, que dizem o que sinto, o que quero, o que preciso. As quatro palavras que ressaltam a minha última tentativa, para não desapontar as mulheres, já que vivemos tentando.
Olá!
ResponderExcluirQue linda e triste história.
O ruim é quando apenas um ama pelos dois, se ele te amasse tanto quanto você a ele, ele não teria ido viajar, ficaria contigo. Meu caso é quase parecido, mais tem um detalhe a mais e que eu sei que não tenho chances de tentativas então desisti, isto já vão fazer uns 10 anos, e sabe o que mudou? Nada continuo apaixonada e não consigo mais deixar homem nenhum se aproximar de mim. Cuidado para não ir pelo mesmo caminho que segui. Boa sorte.
Beijokas, Beta de Santana
Olá querida, lamento muito por o que aconteceu com você. O meu texto é fictício, isso nunca aconteceu comigo, mas escrevi, pois sei que isso é algo que infelizmente acontece. Agradeço a tua visita e participação aqui no orgasmo. Muito obrigado e volte sempre.
ResponderExcluirOi Deise,
ResponderExcluirobrigada pela visita e pelo carinho.
Volte sempre ao blog, será um prazer te receber por lá viu!
Beeijo e uma linda semana
Oi, meu amor. Finalmente consegui ler teu texto e a vontade que tinha de lê-lo foi suprida pela qualidade do texto. Muito bom, apesar de ser triste. :s Vou aguardar o próximo com ansiedade. Beijão. s2
ResponderExcluirObrigado pelos comentários, voltem sempre ! ;)
ResponderExcluir