Um, feito de dois


     Meu nome é Caio, tenho 20 anos, sou estudante de arquitetura, pianista nas horas vagas e escritor quando apaixonado. Você deve estar se perguntando se sou bonito, solteiro e natural de onde. Então, não me considero bonito, apesar de gostar muito dos meus olhos, quanto ao estado civil vou contar adiante. Sou natural de Porto Alegre, porém residente em São Paulo, capital. 
       Há um ano atrás, durante um intercâmbio na Itália, eu conheci uma menina, a Helena. Ela era brasileira, porém residente na Itália e filha do casal que iria me hospedar em sua casa. A  família me recebeu de braços abertos, Helena sempre se mostrou simpática e muito atenciosa comigo. Em pouco tempo, eu já estava apaixonado e muito envolvido por ela. Começamos a namorar, éramos felizes e nos divertíamos bastante. Certo dia, cheguei em casa, acessei a minha caixa de entrada para ver os e-mails novos. Havia um e-mail, cujo remetente era uma tal de "Gi", dizendo que havia gostado muito de conversar comigo e me convidando para uma conversa via "msn". Achei estranho, já que não lembrava de "Gi" alguma, mas respondi o e-mail de forma simpática. 
      Durante meses foi assim, trocava e-mails diariamente com "Gi" e sentia uma ótima sensação sempre que via uma nova mensagem na minha caixa de entrada. Eu aguardava os e-mails ansioso e me envolvia a cada mensagem. Era segunda feira, cheguei em casa e fui ler a mensagem do dia, fiquei triste, pois a "Gi" não me escreveu. Passou uma semana e eu não aguentava mais a saudade daquela que descobri ser a pessoa mais fantástica que conheci. 
       Meu namoro estava morno, pois fui me tornando cada vez mais distante, Helena já era apenas uma boa amiga, com quem eu trocava uns beijos. Mesmo sem conhecer, "Gi" não saía da minha cabeça. Resolvi adicioná-la no "msn", ela estava online e antes de qualquer outra coisa disse que queria encontrá-la. O estranho é que não havia foto no "msn" dela, mas isso só aumentava a minha curiosidade.
       Interrompi a viagem e vim para o Brasil imediatamente, marcamos em São Paulo, já que "Gi" disse residir no Brasil. Marcamos no aeroporto, ela disse que iria toda de branco. 
        Desembarquei, fui ao ponto de encontro, havia um homem todo de branco e não uma mulher. Parecia ansioso, assim como eu. Esperei ela durante, cinco, dez, vinte minutos... Porém notei que aquele cara estava ali, me olhando de modo fixo. Então fui até ele e perguntei seu nome. E obtive a resposta "Giovanne"!
          Era ele, vestido de branco, bonito, simpático. Conversamos durante horas e eu o questionei sobre a mentira. Ele disse havia me visto um dia, antes de eu viajar para a Itália, na universidade, falou que conversamos e que desde então, não me tirou da cabeça. Nesse instante, percebi que realmente ele não era estranho, porém me senti no meio de uma encruzilhada. Afinal, eu estava apaixonado por aquela pessoa, por aqueles e-mails, por tudo o que havia descoberto. 
           Eu estava amando um homem. Sem saída, arrisquei um beijo ali mesmo, um beijo bem aceito. E foi no aeroporto de Guarulhos que eu encontrei o meu passaporte rumo a felicidade e ao amor verdadeiro. 

 Hoje somos um, feito de dois. 

2 comentários:

  1. Excelente, meu amor, realmente gostei do teu texto, muito impressionante. É raro um sorriso se formar na minha face ao ler um texto e tu conseguiste isso. Beijos. *-*

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  2. :) Até eu gostei do texto. Ah, obrigado pelo elogio. Confesso que me sinto muito feliz por ter formado um sorriso no seu rosto. Beijos *-*

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