Combustão


           Em nossos braços feitos de pano
           Formou-se um nó
           Indestrutível por natureza, livre de qualquer dano
           Atado por amor, linha, pano e pó
           Reforçado por intensidade
           Aquecido apenas por refletir um pouco de nós
           Um pouco do muito que somos, sem vaidade
           De tecido sensível, o meu mais rijo, enquanto o teu tão frágil
           
            Nossas pernas andam em passos paralelos
            Resistentes apenas por andarem juntas e no rítmo
            Conforme a vida leva, conforme a melodia
            Ininterruptos tornam-se os elos
            Que cercam este nó afastando melancolia
             Deixando aqui dentro inquieto o meu pedinte coração de palha
             Enquanto vagarosamente, para causar suspense
             Você acende o fósforo e sussurra 
             E o coração hesita que muito não pense
             Para que acidentalmente caia aqui dentro 
             Pois o álcool minha alma já pôs sobre a mesa
             A espera da labareda

              Porém, enquanto isso, meu sangue feito de "Cabernet"
              Corre enlouquecido de cá para lá, de lá para cá
              Formando sorriso no rosto, trazendo a mim beleza
              Por fora já não mais boneca, por dentro correnteza.

               Deise Carvalho 
              
             
        
           

2 comentários:

  1. Palavras muito bonitas, meu amor. Só discordo do tecido frágil, ao meu ver seria aveludado. Sacou? Pelos, veludo. :) Gostei muito do texto, meu amor. Que grande talento tu tens. *-*

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  2. Obrigado, meu amor :) uahsuahsuahsuahs saquei ;)

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