"Para não dizer que não falei das flores"

Foto do arquivo pessoal.
             Da janela observei o jardim, a beleza das flores. Elas transparecem uma delicadeza, um ar de fragilidade, de quem deseja cuidado. A gente têm o dever de regá-las e regamos. Mas, nunca paramos para observá-las, acompanhar de fato o seu crescimento. As cores as enfeitam e elas por si enfeitam e perfumam os ambientes, as rimas, os romances e até mesmo trazem uma certa leveza à morte. Quanta qualidade carrega uma flor. Seus espinhos, substâncias alucinógenas ou tóxicas são suas defesas. E como é confortável para nós julgarmos a elas pelas características "negativas" que carregam. O fato é que a gente não valoriza, a gente passa pelo jardim e nem enxerga. O ser humano não é capaz de perceber que apesar de transparecer fragilidade, as flores são mulheres fortes que sobrevivem às mais terríveis tempestades e ainda assim, conseguem se manter vivas, lindas e prontas para enfeitar o que for. Pena que os homens não às enxergam assim. Apesar da imobilidade, elas estão em todos os lugares, mesmo que algumas mais murchas, outras mais faceiras, jovens. Levam em suas folhas e galhos a alegria de se exibir, de colorir a vida. As flores mais antigas carregam consigo a experiência, aquele pólen mais forte - que encanta qualquer beija-flor que se preze - enquanto as mais mocinhas se exibem fechadas, deixando implícito o seu charme, se aprontando para um dia seduzir os olhos de quem sabe apreciar e preservar suas pétalas. Por fim, eu me arriscaria até a dizer que as flores são importantíssimas, vitais e o que me magoa é que elas possuem o defeito imperdoável de não serem eternas. 

"Jamais pise, arranque ou maltrate uma flor. Ela pode te espetar."


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