Percurso


Estava no ponto de ônibus, o táxi passou, - estava ocupado - a demora era tanta que resolvi ir a pé. De passo em passo, pela beira da praia tomei meu rumo. Observei cada detalhe, as montanhas ao longe, o céu. O sol imitava teu sorriso, a lua teus olhos e o vento soprava fazendo voar teus cabelos, na minha doce imaginação. Tantos nomes fui escrevendo na areia. Uma infinidade de rostos e gestos eu pude imaginar, enquanto andava. De repente, fazer o percurso de táxi não me causaria o mesmo efeito, não me permitiria sonhar - de novo. Talvez, não me permitiria criar esperança de coisa qualquer. E sim, eu estava ali remoendo todos os sintomas da minha impaciência, do meu tédio. Eu estava apenas tentando, mais uma vez, adivinhar como vai ser ou quem de fato está por vir ou ainda, se eu deixei de ver quem aqui está. Em cada estrela eu pude ver algo bom, uma qualidade tua. Em cada gota de chuva eu pude ver um defeito teu, que me gela, me molha, mas não me mata. Em cada dia eu me imaginei pegando a tua mão, te fazendo um poema sem rima. Já caminhei bastante, continuo caminhando e vou seguir. Sem certeza, sem expectativa. Apenas, com roupa do corpo e um violão. Quem sabe você se encanta? Quem sabe alguém me ensina uma canção? 

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