Dualidade constante


       A vida é curta e de uma complexidade incontestável. Podemos até dizer que viver é fácil, mas na prática, não funciona bem assim. Como tudo na vida, teoria e prática se diferem em alguns instantes. O fato é que pintamos e bordamos a vida, são cores, muitas cores que pintam os nossos planos. Traçamos tantas metas, quando jovens. Sonhamos, de repente, com o impossível. Sonhamos. O fato é que gostamos de pintar a vida conforme o nosso sonho, conforme a ilusão. Esquecendo a verdadeira cor que a vida tem, deixando oculto todos os trechos preto e branco que vamos percorrer, porque na imaginação viver é mar de rosa, colorido. A perda é o lado incolor da vida, tão sem graça, impertinente, desagradável. Mas, embora desagradável, não existe alguém que não vai perder alguém importante. Isso mostra o quão não estamos preparados para perder, sofrer. A derrota é o lado negro da vida, é a parte da vida que nem passa perto de nós nos nossos sonhos, mas ela ocorre para todo mundo, em algum momento. A gente nunca sabe quando, mas o fato é que haverão decepções, frustrações, brochadas. E outro fato bem importante é que sim, todos nós vamos ter os momentos de arco íris, de alegria extrema, de plenitude e satisfação. Isso tudo simplesmente porque a vida é uma constante dualidade, é uma cartola que reserva coelhos, incertezas, mudanças ou vitórias. Viver é basicamente acordar todos os dias sem estar preparado para o que vem pela frente, para que possamos aprender a cada dia a chorar ou sorrir, para que possamos ser conscientes de que esta noite qualquer um de nós pode acabar o dia com lágrimas nos olhos e iniciar o dia de amanhã com um lindo sorriso. Viver é estar ciente de que nem sempre se perde, nem sempre se ganha e que o importante é que se aprende a cada dia de vida, o importante é o que deixamos para as próximas gerações.

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