Sexo dos poetas

A porta se fecha, o silêncio paira sobre o ar do apartamento. Eles se beijam e tudo começa mais ou menos assim:

Um abrir de zíper quebra o silêncio
Na sequência um estouro de botões se incia
Com algemas ela o prende, doce suplício
Sem beijos, sem paixão, sem carícia

Uma gota ou duas de tortura
Três ou quatro goles de conhaque
Pra esquentar e livrar de qualquer frescura
Corpo quente, hora do ataque

Ela sobe, desce, inclina
Ele enlouquece, o piso estremece
Os olhos brilham e ela deixa de vez a menina
O ambiente se aquece

Mais um toque de malícia
E de repente o primeiro verso
Um ou dois arranhões, delícia
Numa cisma de vai e vem, modo inverso

Feito acordeon 
De verso em verso
O "trem" fica pra lá de bom
E no suor o corpo imerso

Sobe, desce, inclina
Enlouquece, estremece
Luxúria, satisfação, sina
Cala-se a sanfona, adormece

No dia seguinte relembra tudo o que foi feito
Prazeres somados, magia
Nove meses passados, não tem jeito
Nasce a antologia.



2 comentários:

  1. Com esse poema, vejo a tua visão sobre sexo :S Estrutura perfeita, simplesmente rítmico.

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  2. HIHIHI Gostaria de saber qual é o teu palpite, sobre a minha visão sobre sexo ...

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