Desconfiguração



Costumava me programar antes de fazer as coisas, parei desde que me dei conta de que não dá certo. Contar com a sorte de vez em quando parece interessante, garante uma adrenalina maior, um melhor aprendizado e aquela sensação gostosa de frio na barriga. As coisas mais incertas garantem uma pontinha de desespero, abre portas para desafios e ainda nos torna mais capazes de lidar com imprevistos. E se não der certo? A gente senta e chora? NÃO! A gente levanta e dá um jeito. Trabalha de pedreiro, carpinteiro, entrega panfleto, inventa, tenta, tenta de novo. Lamentar não é um sinal de fraqueza, mas uma pequena falha na sua confiança de que é possível dar certo. E por falar em dar certo, essa foi outra coisa que resolvi tirar da cabeça, afinal nem tudo dá sempre certo, nem tudo tem que dar certo. O que é devidamente certo? Não sei... O negócio é café na veia e virar a madrugada se for preciso, comprar uma passagem aérea de última hora, conhecer lugares, conquistar novos sorrisos, dizer tchau, jamais adeus - nunca se sabe o que vem pela frente. Não digo que sou constantemente irreverente, mas talvez agora madura o suficiente para contornar certas linhas tortas. Hoje, costumo simplesmente ir rascunhando a vida, sem me preocupar em passá-la a limpo. As maiores burradas, garantem as melhores histórias. 

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