Espinho

              E como tenho aprendido nesses últimos dias... Aliás nesse último ano. Agora as coisas são claras, tão transparentes quanto a água. A pré-visão do tempo para esse ano garantia dias chuvosos e os pré- requisitos para dois mil e onze eram o acontecimento de coisas muito boas, boas e outras nem tanto. Todas àquelas que se encaixam no bloco das "nem tanto" me vem a calhar justo agora. Durante o soprar dos ventos frios, o voar das folhas secas e assim se faz o cenário que compõe essa cena de tempo nublado.  
               Todos os meus "eus" agora se reúnem em ciranda em torno de mim, para me fazer a companhia que me falta. E o sorriso que era espontâneo agora é escudo contra negatividades e males. O olhar que um dia fora vivo nada mais é que um olhar de dúvida e pura desconfiança. O que se passa em mim? Talvez uma pitada de fogo que faz o sangue entrar em plena ebulição ou quem sabe é só um tempo de metamorfose, até que tudo volte ao normal. 
               Na verdade entender o que está se passando não é tão difícil assim. O que me intriga, na verdade, é vontade de entender de onde vem essa força? Essa força que me faz acordar todos os dias, abrir a janela e ter a capacidade de acreditar na existência de dias melhores. Mas, como diria um velho sábio, a estrada é de chão batido, coberta de verde, flores, amores e espinhos. E para que haja sobrevivência, basta fazer uso da flexibilidade, afinal basta inclinar a coluna, levar a mão até o pé e retirá-lo. Um espinho a menos e a caminhada continua...

Chão batido, flores, longo caminho, amores, espinho.


Um comentário:

  1. Movimento contra textos tristes. Desculpa, meu bem, mas se eu gostar dos teus textos triste, vou acabar gostando de te ver triste, algo que não quera. Meu amor, entenda minha negativa como motivação para escrever textos alegres, com lindos pôneis malditos cantando e pulando. :)

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